quinta-feira, 18 de setembro de 2014

--- CHU HSI ---

Zhu Xi também pode ser conhecido como Chu HsiZhuzi ou Zhufuzi ( YouxiFujian, 18 de outubro de 1130 - China, 23 de abril de 1200) foi um sábio neo-confuciano daDinastia Sung que se tornou a figura principal da Escola do Princípio e o mais influente racionalista neo-confuciano na China. Sua contribuição para a filosofia chinesa incluiu sua atribuição de significado especial para os Analectos de Confúcio, o MêncioO Grande Aprendizado e a Doutrina do Meio (os Quatro Livros), sua ênfase na investigação das coisas (gewu), e a síntese de todos os conceitos fundamentais de Confúcio.

--- Ensinamentos ---




Sobre o seis na primeira posição: 
Uma casa que acumula bem sobre bem certamente terá abundância de bênçãos. Uma casa que acumula mal sobre mal certamente terá uma abundância de infortúnios. Lá onde um servidor assassina o seu senhor, onde um filho mata seu pai, as causas não se encontram entre a manhã e o anoitecer de um único dia. É necessário um longo tempo antes que as coisas cheguem a este ponto. Isso ocorreu porque não se parou a tempo aquilo que há muito devia ter sido contido. 
No Livro das Mutações se diz: "Quando se caminha pela geada, o gelo sólido não estará longe". Isso mostra até onde se pode chegar quando se permite que as coisas sigam o seu curso. 
Segundo Chu Hsi, a última frase deve ser interpretada da seguinte forma: "Isso se refere à vigilância necessária" (para conter a tempo as coisas que, por si mesmas, naturalmente conduziriam a más conseqüências). 

Sobre o seis na segunda posição:
O retilíneo significa o corrigir das coisas; o quadrado significa o cumprimento do dever. O homem superior é sério para poder retificar sua vida interna; ele cumpre seu dever para poder enquadras sua vida externa. Lá onde permanecem firmes a seriedade e o cumprimento do dever o caráter não se torna unilateral.
"Reto, quadrado, grande. Sem propósito, porém nada permanece desfavorecido", porque nunca tem dúvidas quanto ao que deve fazer.
A vida interna torna-se correta graças à seriedade conseqüente. A vida externa se enquadra, tornando-se também correta graças ao cumprimento do dever. O dever exerce uma influência formativa na vida exterior, porém não é, de modo algum, algo externo. Através da seriedade e do cumprimento do dever, o caráter por si mesmo se desenvolve e enriquece. A grandeza surge por si só, não precisa ser procurada. Quando um indivíduo está livre de todos os escrúpulos e dúvidas que induzem a uma hesitação temerosa, a qual enfraquece o poder de decisão, ele encontra em todos os assuntos o rumo correto de maneira instintiva e sem precisar refletir. 
Sobre o seis na terceira posição:
O poder obscuro possui a beleza, porém a oculta. Assim deve proceder um homem ao se pôr a serviço de um rei. Ele deve evitar reivindicar para si a obra realizada. Este é o caminho da terra, o caminho da esposa, o caminho daquele que serve. É próprio ao caminho da terra não expor a obra realizada, porém na posição de um representante de outrem, procurar levar tudo à conclusão.
O dever daquele que ocupa uma posição subalterna é ocultar o próprio valor sem pretender atuar de modo independente, permitindo que todos os méritos da obra já realizada sejam atribuídos ao senhor para o qual trabalha. 
Sobre o seis na quarta posição:
Quando o céu e a terra estão criando através da mudança e da transformação, todas as plantas e árvores florescem; porém, quando o céu e a terra se fecham, o homem capaz retira-se para a penumbra.
No livro das mutações se diz: "Saco amarrado. Nenhuma culpa. nenhum elogio". Essas palavras aconselham cautela.
O seis na quarta posição está próximo ao governante, porém não é por ele reconhecido. Nesse caso, a única atitude correta é retirar-se do mundo. Este é o estado de repouso do príncipe obscuro, o estado em que ele se fecha.  
Sobre o seis na quinta posição:
O homem superior é amarelo e moderado, exercendo por meio da razão uma influência sobre o mundo exterior.
Ele procura o lugar que lhe é próprio e permanece no essencial. Sua beleza é interna, porém exerce uma influência liberadora sobre os órgãos de seu corpo, e se expressa em suas obras.
Esta é a suprema beleza.
O amarelo é a cor do meio da moderação. A moderação interna tem um efeito externo, pois infunde racionalidade a todas as manifestações. O lugar correto que o homem superior procura para si encontra-se nos bons costumes, em virtude dos quais ele deixa a primazia aos outros e se retira modestamente. A beleza suprema consiste na graciosidade discreta que, apesar de não se deixar ver, se manifesta em todos os movimentos e atos. Há uma diferença caracterizante entre o que se disse sobre as linhas do CRIATIVO e sobre as linhas do RECEPTIVO; no CRIATIVO se acentuam o verdadeiro, o digno de confiança, enquanto que no RECEPTIVO se enfatizam a seriedade, o caráter consciencioso e a modéstia. Trata-se de uma mesma coisa, observada de dois ângulos; só a verdade conduz à seriedade e só a seriedade possibilita a verdade. 
Sobre o seis na sexta posição:
Quando o princípio obscuro procura igualar o luminoso, uma luta, sem dúvida, ocorre. O dragão é mencionado para que não se julgue que já não resta mais qualquer luz. O sangue é mencionado para deixar claro que não há desvio algum de sua natureza. O negro e o amarelo representam o céu e a terra em confusão. O céu é negro, a terra é amarela.
Essa explicação é expressa de maneira um pouco difícil. O significado é o seguinte: no décimo mês o poder da escuridão triunfa por completo.


 A última luz que restava foi expulsa. O sol atingiu sua posição mais baixa; a força obscura governa sem restrições. Por isso mesmo uma inversão tem lugar: o solstício de inverno ocorre e a luz combate uma vez mais a escuridão. O mesmo ocorre em todos os relacionamentos. O princípio obscuro não pode ter primazia; ele só se encontra em seu lugar próprio quanto é condicionado pelo princípio luminoso, e a ele se submete. Se essa condição não é observada e o princípio obscuro tenta sair de sua esfera interna, dirigindo-se ao exterior, ao campo de ação, então o poder do luminoso se manifesta. Surge, então, o dragão, símbolo da força luminosa, que o expulsa e o conduz de volta para dentro de suas fronteiras, como sinal de que o princípio luminoso ainda existe. O sangue é o símbolo do princípio obscuro, assim como a respiração é o símbolo do luminoso. Como o sangue é derramado, o obscuro sofre danos. mas o sangue não provém apenas do obscuro, pois o luminoso também sai ferido dessa luta. Por isso as cores indicadas são o negro e o amarelo. O negro, ou melhor, o azul-escuro, é a cor do céu; o amarelo é a cor da terra. (Deve-se notar que aqui ocorre uma atribuição de cores diferente da proposta nos comentários aos oito trigramas, onde o Criativo é considerado vermelho e o Receptivo, negro, ou seja, escuro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário